quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Aos que não conhecem, vale a pena ler e, quem sabe, vivenciar este código de ética.
Uma civilização que nos deixa grandes lições de vida, de respeito à natureza e a todos os seres que partilham conosco do ventre da mesma mãe - a Mãe-Terra.
Tenham todos uma boa leitura!
Giovanna
CÓDIGO DE ÉTICA DOS ÍNDIOS NORTE AMERICANOS

1. Levante com o Sol para orar. Ore sozinho. Ore com freqüência.
O Grande Espírito o escutará se você, ao menos, falar.

2. Seja tolerante com aqueles que estão perdidos no caminho. A
ignorância, o convencimento, a raiva, o ciúme e a avareza, originam-se de uma alma perdida.
Ore para que eles encontrem o caminho do Grande Espírito.

3. Procure conhecer-se, por si próprio. Não permita que outros
façam seu caminho por você. É sua estrada, e somente sua. Outros podem andar ao seu lado, mas ninguém pode andar por você.

4. Trate os convidados em seu lar com muita consideração.
Sirva-os o melhor alimento, a melhor cama e trate-os com respeito e honra.

5. Não tome o que não é seu. Seja de uma pessoa, da
comunidade, da natureza, ou da cultura. Se não foi ganhado nem foi dado, não é seu.

6. Respeite todas as coisas que foram colocadas sobre a Terra.
Sejam elas pessoas, plantas ou animais.

7. Respeite os pensamentos, desejos e palavras das pessoas.
Nunca interrompa os outros nem ridicularize, nem rudemente ou imite. Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.

8. Nunca fale dos outros de uma maneira má. A energia negativa
que você colocar para fora no universo, voltará multiplicada a você.

9. Todas as pessoas cometem erros. E todos os erros podem ser
perdoados.

10. Pensamentos maus causam doenças da mente, do corpo e do
espírito. Pratique o otimismo.

11. A natureza não é para nós, ela é uma parte de nós. Toda a
natureza faz parte da nossa família Terrena.

12. As crianças são as sementes do nosso futuro. Plante amor
nos seus corações e ágüe com sabedoria e lições da vida. Quando forem crescidos, dê-lhes espaço para que cresçam.

13. Evite machucar os corações das pessoas. O veneno da dor
causada a outros, retornará a você.

14. Seja sincero e verdadeiro em todas as situações. A
honestidade é o grande teste para a nossa herança do universo.

15. Mantenha-se equilibrado. Seu Mental, seu Espiritual, seu
Emocional e seu Físico, todos necessitam ser fortes, puros e
saudáveis.
Trabalhe o seu Físico para fortalecer o seu Mental.
Enriqueça o seu Espiritual para curar o seu Emocional.

16. Tome decisões conscientes de como você será e como
reagirá.
Seja responsável por suas próprias ações.

17. Respeite a privacidade e o espaço pessoal dos outros. Não
toque as propriedades pessoais de outras pessoas, especialmente objetos religiosos e sagrados. Isto é proibido.

18. Comece sendo verdadeiro consigo mesmo. Se você não puder
nutrir e ajudar a si mesmo, você não poderá nutrir e ajudar os outros.

19. Respeite outras crenças religiosas. Não force suas crenças sobre os outros.

20. Compartilhe sua boa fortuna com os outros. Participe com caridade.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O que sustenta a sustentabilidade?

O tema sustentabilidade tem envolvido um número cada vez maior de pessoas, seja por sentirem uma real responsabilidade pelos destinos da humanidade, seja por modismo ou pressão social. Ninguém discorda de que todos precisamos, em maior ou menor grau, de uma educação para a sustentabilidade, que seja reflexiva o suficiente para que as origens e os processos que resultaram no mundo de hoje sejam bem compreendidos, e que seja também prática, para que possamos agir desde já, com aquilo de que dispomos.

O termo sustentabilidade em si remete a diversas interpretações, muitas compreendendo os aspectos econômico-socio-ambientais de nosso mundo, outras se concentrando nos aspectos econômicos, outras ainda incluindo mais variáveis tais como as questões psicológicas, simbólicas e espirituais. As diferentes interpretações deste termo conduzirão seu porta-voz a ações diferentes, mas todas elas muito positivas e construtivas, deixando-nos otimistas sobre a capacidade de envolvimento e disposição para a transformação por parte de tanta gente.

Mas há algo fundamental, situado no cerne da questão e que é o mesmo para todas as abordagens: há um núcleo que sustenta, na prática, qualquer visão de sustentabilidade que é a vida. E curiosamente lê-se e pratica-se muito pouco a respeito da importância do reconhecimento da vida como um valor fundamental, sem o qual nenhuma interpretação ou prática da sustentabilidade tem sustentação duradoura.

Talvez aqui o leitor já esteja pensando na polêmica do que é a vida, quando ela começa, etc. Mas não é essa minha intenção. Meu desejo é chamar a atenção para aquilo que é tão óbvio para nós que realmente temos uma enorme dificuldade para reconhecer. Independentemente de quando ela começa ou começou, há uma vida pulsando em nós e em tudo o que nos sustenta verdadeiramente. Se percebêssemos isso com clareza e intensidade, seguramente teríamos outras referências para tomar nossas decisões do que as que usualmente lançamos mão, na grande maioria das vezes meros produtos de nossa imaginação.

A vida hoje para nós não constitui um valor em si, apesar de falarmos tanto sobre sustentabilidade. Valem mais objetos inanimados pelos quais lutamos para obter e fazer aumentar nossa coleção, do que seres vivos que, naturalmente, não dependeriam de nós para sobreviver. Quando batem o carro, muitas pessoas preocupam-se mais com suas perdas materiais do que com a vida do outro. No entanto, algo material pode ser, em princípio, reposto, mas uma vida perdida é um elo da corrente que se desfaz sem ter terminado seu caminho. Se não enxergamos nem sentimos a vida, então não lhe damos valor: essa parece ser uma norma implícita que orienta nossos comportamentos. Vale mais aquilo que se pode comprar e não aquilo que se pode compartilhar. Pois sabendo ou não a vida que pulsa em qualquer ser, humano ou não, é uma vida que compartilhamos desde que ela emergiu neste planeta. Somos parte de um novelo que vem se desenrolando e que, no nosso caso, também temos a possibilidade de ajudar a desenrolar.

Desde o início da vida na Terra muitos caminhos foram trilhados para chegarmos a ser quem somos hoje. Glaciações, cataclismas, deriva de continentes, chuvas de meteoritos, entre tantas outras dinâmicas modelaram e modelam nosso planeta. Muitas espécies se extinguiram e tantas evoluíram, revelando um processo sem fim. Mas não conheço indicações de que a vida tenha em algum momento se extinguido. Apenas inúmeras de suas manifestações deixaram de existir, dando lugar a outras. Podemos dizer que a vida se manteve como um continuum, tomando diversas formas nos diferentes tempos e espaços. As manifestações da vida formam um conjunto que se autoregula, tomando formas variadas de acordo com suas interações. Podemos dizer que nossa maior e melhor referência de sucesso é a vida: ela é algo que realmente deu certo nesse mundo.

Essa vida só pode ser sentida, percebida e conservada em nossos corpos, nos corpos dos seres vivos. A vida não pode ser compreendida pela abstração de nossos pensamentos, pela ampliação de nossa racionalidade. Só o corpo pode entender o vivo, pela experiência. Por isso, num processo de educação para a sustentabilidade, é fundamental que se dê espaço e valor para os processos de percepção do vivo, ou seja, de percepção sensível do pulsar da vida que carregamos em nossos corpos e que os outros seres vivos carregam nos seus.

Pelo distanciamento da Natureza, que vem sendo praticado há milênios, a educação para a percepção do vivo deve ser conduzida de forma muito cuidadosa, considerando não só nossas atualidades culturais e históricas, como um conhecimento profundo de nossas potencialidades enquanto seres biológicos. A Natureza é a biblioteca que conta nossa história, a história do longuíssimo período anterior ao surgimento do pensamento. Essa educação deve ajudar as pessoas a reconectarem-se com suas origens biológicas e identificarem na experiência sensível o que é que nos torna humanos: para além de nossa impressionante capacidade de pensar e transformar o mundo está nossa possibilidade de ampliar a percepção consciente (awareness)desse mundo, até chegar à consciência do ponto de partida, sentindo que a força que pulsa em um ser unicelular é a mesma que nos faz viver. Por isso é uma educação essencialmente vivencial, que complementa esse enorme espaço deixado pelos processos educativos eminentemente focados na transmissão de informações científicas sobre a vida.

Ao senti-la conscientemente percebemos que fazemos parte da comunidade formada por todas as unidades viventes que já surgiram nesse planeta e que criaram e criam as condições para que hoje sejamos como somos. Sem a percepção consciente desse pulsar dificilmente seremos capazes de construir um processo civilizatório efetivamente sustentável, que possa garantir a perpetuação da vida das primeiras gerações de seres vivos e conduzi-la para as futuras gerações terrestres.

*Rita Mendonça é educadora e escritora. Desenvolve programas de aprendizagem tendo a Natureza como referência. É sócia-diretora da Romã-consultoria em educação, meio ambiente e cultura, diretora presidente do Instituto Romã de Vivências com a Natureza (www.institutoroma.org.br) e representante da Sharing Nature Foundation no Brasil desde 1996. Escreveu os livros: Como cuidar do seu meio ambiente, À sombra das árvores e Conservar e criar - Natureza, cultura e complexidade.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Argilaterapia: menos toxinas e mais vitalidade

Ao lado das plantas e da água, a terra tem sido desde a antiguidade um dos elementos da natureza mais utilizados para fins terapêuticos e também estéticos. Entre os povos de regiões quentes da China, Índia, Egito e América do Sul era comum praticar-se a geofagia – comer a terra – com o objetivo de combater a prisão de ventre, bem como prevenir qualquer tipo de problema do sistema digestivo.

Médicos, cientistas e filósofos antigos como Avicena, Aristóteles, Mahatma Ghandi já descreviam as propriedades curativas da argila. Assim como eles, Hipócrates, médico grego considerado o “pai da medicina”, utilizava e ensinava a seus discípulos o uso medicinal da argila.
Segundo a psicóloga mineira, Giovanna Lamaita que dá cursos em todo o país, e recentemente esteve em Natal, os tratamentos com argila podem ser feitos internamente e externamente.
Internamente o uso é feito via água argilosa, cápsula ou drágea de argila. Externamente são efetuados vários tipos de tratamento, dependendo da área a ser tratada e do tipo de adoecimento, como por exemplo: banhos, compressas, cataplasmas, umectação e outros.

“Quando se faz um tratamento interno é imprescindível que a argila seja de ótima procedência e que, de preferência, tenha sido submetida a testes laboratoriais que garantam a inexistência de bactérias patogênicas e se tratar de material confiável no que diz respeito à sua composição química”, alerta a psicóloga.

Nos tratamentos externos, esclarece, é importante também saber qual a temperatura ideal que a argila deve estar (fria ou quente), também em função do tipo de adoecimento e do local a ser aplicado. Entre os benefícios dos tratamentos com argila podemos ressaltar a desintoxicação geral do organismo e consequentemente o aumento da vitalidade.

“O tratamento com argila também proporciona o alívio rápido de dores provenientes de contusões, queimaduras, inflamações”, aponta a psicóloga. A argila pode auxiliar muito no tratamento de adoecimentos como artrite, hepatite, gastrite, sinusite, enfim, todos os casos onde há inflamação são beneficiados pelo uso da argila, pois esta tem a propriedade muito forte de absorção de toxinas e calor, aliviando os processos inflamatórios.

Em casos de cólicas renais, alivia a dor e estimula o organismo a expelir as pedras que estão já em processo de saída do corpo. “Particularmente, já acompanhei casos onde após uma aplicação de argila as pacientes tiveram a pedra expelida”, diz Giovanna Lamaita. Na antiguidade, médicos egípcios utilizavam a argila internamente no tratamento de inflamações e ulcerações. Em outras situações também a lama quente proveniente do Rio Nilo para o tratamento de problemas reumáticos.


BATE-PAPO

Como a argila atua?
A argila, por possuir partículas microscópicas, tem um elevado poder de absorção de toxinas e calor. Além disso, por possuir elementos químicos semelhantes aos do nosso corpo (silício, alumínio, cálcio, ferro, potássio e magnésio,entre outras) tem propriedades antiinflamatórias, cicatrizantes e desintoxicantes.

Como se faz um tratamento com argila?
Os tratamentos podem ser feitos tanto por via interna (na forma de cápsulas de argila ou água argilada) quanto por via externa, na forma de banhos, cataplasmas, compressas etc.
É uma terapêutica muito eficaz em casos de inflamações, cólicas, gastrite, úlcera, reumatismo, contusões, queimaduras bem como na prevenção e manutenção da saúde, além de ser muito utilizada na estética de forma geral.

É uma alternativa eficaz de cura?
Certamente. A terra está viva e possui toda a memória do universo, assim como nossos ossos e nossas células. O contato com a Mãe-Terra facilita, portanto, o acesso a nossas próprias memórias, conduzindo-nos a uma transformação e cura em todos os níveis. E é através deste conhecimento que a Argilaterapia ressurge, nos tempos atuais, como uma alternativa de cura do corpo e da alma.